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domingo, 21 de março de 2010

Lince-ibérico



Distribuição

O lince-ibérico somente existe em Portugal e Espanha. A população está confinada a pequenos agregados dispersos (ver mapa de distribuição), resultado da fragmentação do seu habitat natural devido a factores antropogénicos. Apenas 2 ou 3 agregados populacionais poderão ser considerados viáveis a longo termo. A sua alimentação é constituída por coelhos, mas quando estes faltam ele come veados, ratos, patos, perdizes, lagartos, etc. O lince-ibérico selecciona habitats de características mediterrânicas, como bosques, matagais e matos densos. Utiliza preferencialmente estruturas em mosaico, com biótopos fechados para abrigo.O lince-ibérico pode-se encontrar na Serra da Malcata, situada entre os concelhos do Sabugal e de Penamacor, integrando o sistema montanhoso luso-espanhol da Meseta.

Habitat e ecologia

Este felino Habita no matagal mediterrânico [1]. Prefere um mosaico de mato denso para refúgio e pastagens abertas para a caça (ICONA 1992). Não é frequentador assíduo de plantações de espécies arbóreas exóticas (eucaliptais e pinhais) (Palomares et al. 1991).

Como predador de topo que é, o lince ibérico tem um papel fundamental no controlo das populações de coelhos (sua presa favorita) e de outros pequenos mamíferos de que se alimenta.

Comportamento

É um animal essencialmente nocturno. Trepador exímio. Por dia, poderá deslocar-se cerca de 7 km.

Os territórios dos machos podem sobrepôr-se a territórios de uma ou mais fêmeas.

Os acasalamentos, pouco frequentes, ocorrem entre Janeiro e Março e após um período de gestação que varia entre 63 e 74 dias nascem entre 1 e 4 crias. O mais comum é nascerem apenas 2 crias que recebem cuidados unicamente maternais durante cerca de 1 ano, altura em que se tornam independentes e abandonam o grupo familiar. Regra geral, quando nascem 3 ou 4 crias, estas entram em combates por comida ou sem qualquer motivo e acabam por sobrar apenas 2 ou até 1, daí um dos seus pequenos aumentos populacionais.Não existe dimorfismo sexual entre macho e fêmea.

Ameaças

A principal ameaça resulta do desaparecimento progressivo das populações de coelhos (sua principal presa) devido à introdução da mixomatose. A pneumonia hemorrágica viral, que posteriormente afectou as populações de coelhos, veio piorar ainda mais a situação do felino.

Outras ameaças:

Estatuto de conservação

O estatuto de conservação do lince-ibérico tem variado ao longo das últimas décadas:

  • 1965 > Considerado muito raro e acreditando-se decrescer em número (como Felis lynx pardina) (Scott 1965)
  • 1986 > Ameaçado (como Felis pardina) (IUCN Conservation Monitoring Centre 1986)
  • 1988 > Ameaçado (como Felis pardina) (IUCN Conservation Monitoring Centre 1988)
  • 1990 > Ameaçado (como Felis pardina) (IUCN 1990)
  • 1994 > Ameaçado (Groombridge 1994)
  • 1996 > Ameaçado (Baillie and Groombridge 1996)

Actualmente prevalece a avalição efectuada em 2002, pela UICN:

  • Criticamente ameaçado > segundo o critério C2a(i) > Categorias e Critérios de 2001 (versão 3.1)

Em Portugal, a espécie permanece com o estatuto de Criticamente Ameaçada, de acordo com a última edição do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, de 2006. [2]

A Quercus considerou a espécie inexistente em Portugal em 2007,[3] em resposta à criação do Plano de Acção para a Conservação do Lince-Ibérico em Portugal pelo governo português.[4]

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